sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Setembro

Células-tronco podem salvar rinoceronte-branco-do-norte


Cientistas nos EUA anunciaram ter produzido células-tronco de rinoceronte-branco-do-norte e de um macaco africano. A pesquisa pode ajudar a garantir a sobrevivência das duas espécies que estão ameaçadas de extinção.
Os cientistas relatam, na publicação "Nature Methods", que as células-tronco poderão ser transformadas em diferentes tipos de células do corpo dos animais. Se forem convertidas em óvulos e esperma, "filhotes de proveta" também seriam desenvolvidos.
As aplicações ainda estão projetadas para um futuro distante, mas a chefe da equipe de pesquisa, Jeanne Loring, disse que os estudiosos ficaram especialmente entusiasmados com os resultados obtidos com as células do rinoceronte, que superaram as expectativas.
Associated Press
É possível que os 7 rinocerontes-brancos-do-norte enjaulados sejam os últimos da espécie no planeta
É possível que os 7 rinocerontes-brancos-do-norte enjaulados sejam os últimos da espécie no planeta
As células-tronco foram feitas a partir da pele dos animais, em um processo de "reprogramação" --nele, o retrovírus e outras ferramentas da biologia celular moderna são usados para devolver as células a um estágio prévio de desenvolvimento.
Nesse estágio, as células são "pluripotentes", ou seja, podem ser induzidas a formar diferentes tipos de células específicas, como neurônios e cartilagens.
Os procedimentos em questão dependem muito de tentativas e erros, e os pesquisadores esperavam êxitos nos feitos com o macaco africano (chamado de drill), pelo histórico de experimentos prévios feitos com primatas.
APLICAÇÕES MEDICINAIS
As aplicações iniciais da pesquisa devem ser medicinais. No caso de animais sofrendo de doenças degenerativas, como diabetes, as células-tronco podem, em tese, vir a ser substitutas de células que estão perdendo suas funções.
Estudos que partem dessa premissa já estão em curso em humanos, para combater problemas como falência cardíaca, cegueira, derrames e lesões na espinha dorsal --ainda que o uso prático de tais pesquisas seja tema de debates.
Uma ideia que empolga os cientistas é criar embriões ao induzir células-tronco a fazer óvulos e esperma.
"Fazer gametas [células reprodutivas] a partir de células-tronco ainda não é algo rotineiro, mas há relatos de que isso esteja sendo feito com animais em laboratórios", prosseguiu Loring.
Ela crê que a técnica é mais promissora do que a de clonagem de animais ameaçados, por ter uma taxa de sucesso maior. "Você tem a possibilidade de fazer novas combinações genéticas, em vez de clonar, que apenas reproduz animais já existentes."
"ÚLTIMO ESFORÇO"
O cientista conservacionista Robert Lacy, da Sociedade Zoológica de Chicago, disse que a técnica pode, algum dia, tirar algumas espécies do risco de extinção, mas que ainda há muito trabalho a ser feito.
"As perspectivas para o uso desses métodos, de dar continuidade à linhagem dos últimos indivíduos de algumas espécies, será um último esforço, após termos falhado em proteger esses animais de maneiras prévias, mais simples e eficientes", afirmou Lacy.
Esse é o caso, ele diz, do rinoceronte-branco-do-norte, existente na África e ameaçado pela caça ilegal.
Três anos atrás, a população selvagem da espécie estava reduzida a apenas quatro indivíduos que habitavam um parque nacional na República Democrática do Congo. Expedições recentes sequer conseguiram localizar esse pequeno grupo.
Dessa forma, é possível que sete rinocerontes-brancos-do-norte enjaulados sejam os últimos representantes da espécie no planeta.
Já o primata drill (Mandrillus leucophaeus) também está com uma população declinante na Nigéria e em Camarões, principalmente por causa da caça e por perda de habitat.
As pesquisas de células-tronco têm unido cientistas conservacionistas e de laboratório --caso de Jeanne Loring, que chefia o Centro de Medicina Regenerativa no Instituto de Pesquisas Scripps, na Califórnia.
Seu objetivo imediato é replicar o trabalho desenvolvido com o rinoceronte em outras dez espécies de animais ameaçadas, incluindo uma de elefante.






  • Com os estudos das células tronco para salvar esse rinoceronte, os cientistas poderão salvar outras especies como a do elefante citado na reportagem.

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Mudanças genéticas causadas pelo 




ambiente somem após gerações


Uma discussão tão antiga quanto a teoria da evolução de Charles Darwin ganhou novos rumos com a publicação de um estudo da Sociedade Max Planck de Biologia do Desenvolvimento, em Tübingen, na Alemanha. O artigo publicado pela revista científica “Nature” mostra que mudanças genéticas causadas pelo ambiente não se perpetuam nas espécies.
A equipe liderada por Detlef Weigel usou plantas do gênero Arabidopsis para determinar a frequência e a localização das chamadas mudanças epigenéticas – alterações no DNA provocadas pelo ambiente em que o ser vive. Dez linhagens da planta foram cultivadas separadas uma da outra, reproduzindo com autofertilização.
Após 30 gerações, eles encontraram 30 mil mutações. O esperado era que fossem mil por geração, mas quando os cientistas estudaram esses indivíduos perceberam que esse número ficava entre 3 mil e 4 mil. Diante disso, concluíram que muitas das alterações epigenéticas não eram estáveis e os genes voltavam ao estado original depois de algumas gerações.
A descoberta mostra que a influência das mudanças epigenéticas sobre a evolução é bem menor do que se imaginava. “Só quando a seleção vence essa anulação é que as epimutações afetam a evolução”, afirmou Jörg Hagmann, um dos autores da pesquisa. Essa mutação tem que ter uma vantagem evolucionária muito forte para se estabelecer e não ser perdida com o tempo.

  • Talvez sejam mudanças genéticas que não alteram tanto a estrutura do gene inicial do individuo aponto de ficarem tanto tempo detectáveis as pesquisas.

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Paternidade diminui níveis de 



testosterona, afirma estudo





Um estudo inédito indicou que, após o nascimento dos filhos, os níveis de testosterona do homem caem. O hormônio alimenta a sexualidade masculina, a agressividade e a resistência física. No geral, seus níveis são mais elevados em jovens solteiros e seu filhos, concluiu a pesquisa publicada nesta segunda-feira (12) na revista científica "Proceedings of the National Academy of Sciences".
Na natureza, as características estimuladas pela testosterona são importantes na competição com outros machos por uma parceira. Uma vez que ele encontra uma fêmea e se torna pai, a agressividade se torna incompatível com a responsabilidade que a família representa, e os efeitos do hormônio ficam menos vantajosos.
Com menos testosterona correndo nas veias, os homens são mais propensos a assumir o papel de pais e ajudar a criar os filhos. Essa é uma necessidade particular entre os humanos, que na infância são muito mais dependentes do que outros mamíferos.
"Criar humanos é um esforço tal que requer necessariamente cooperação e nosso estudo mostra que os homens são biologicamente programados a ajudar no trabalho", explicou um dos autores do estudo, Christopher Kuzawa, da Universidade Northwestern, no estado norte-americano de Illinois.
Causa ou consequência?
O estudo, realizado nas Filipinas, se baseou em 624 homens de 21 a 26 anos, que foram acompanhados durante quase cinco anos - período no qual alguns deles iniciaram relacionamentos estáveis e se tornaram pais.
Daqueles que começaram o estudo solteiros e viraram pais ao final da pesquisa, os homens que apresentaram os maiores níveis de testosterona no início foram os que tiveram maior probabilidade de se tornar pais.
Esta distinção é importante porque estudos prévios não tinham conseguido esclarecer se uma redução de testosterona observada em homens recém-casados era um traço que os tornava mais propensos a contrair matrimônio ou se era uma resultante de se formar um casal.
"Os homens que começaram com testosterona alta tinham mais chances de se tornar pais, mas assim que o fizeram, a testosterona caiu substancialmente", disse outro autor do estudo, Lee Gettler, doutorando em antropologia da Universidade Northwestern.
"Nossas descobertas sugerem que isto é especialmente correto para os pais que acabam se envolvendo mais com o cuidado infantil", acrescentou.
Os homens que se tornaram pais durante o estudo demonstraram uma média de 26% a 34% de queda nos níveis de testosterona, que foi significativa em comparação com a queda normal com a idade, observada em solteiros que não se tornaram pais (12% a 14%).
As maiores quedas foram constatadas em pais de recém-nascidos de um mês ou menos.
"A paternidade e as exigências de se ter um bebê recém-nascido requerem muitos ajustes emocionais, psicológicos e físicos", disse Gettler. "Nosso estudo mostra que a biologia de um homem pode mudar substancialmente para ajudar a satisfazer estas demandas", continuou.




  • É um estudo importante porque a testosterona é um hormonio muito presente nos homens , mas nao é uma coisa que afete tanto assim a estrutura do ser humano.
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Estudo avançado do DNA permitirá vida aos 150 anos, diz cientista


Avanço no DNA 'permitirão viver até os 150 anos', diz cientista
É impossível não se perguntar o que há de extraordinário no DNA do professor de Harvard George Church que o leva a tanta inquietação científica.
Primeiro cientista a sequenciar um código genético humano, o professor crê que as evoluções científicas nesta área ainda podem levar os indivíduos a viver "120, 150 anos".
Cerca de três décadas atrás, Church estava entre a meia dúzia de pesquisadores que sonhavam em sequenciar um genoma humano inteiro --cada A, C, G e T que nos torna únicos.
Seu laboratório foi o primeiro a criar uma máquina para desmembrar esse código, e desde então ele tem se dedicado a melhorá-la.
Uma vez decodificado o primeiro genoma, o professor tem pressionado pela ideia de que é preciso ir adiante e sequenciar o genoma de todas as pessoas.
Críticos apontaram a astronômica cifra que o custo de sequenciar o primeiro DNA alcançou: US$ 3 bilhões. Como resposta, Church construiu outra máquina.
O valor agora é de US$ 5 mil por genoma, e o professor crê que muito em breve esse valor cairá para uma fração, ou décimo ou vigésimo disto --mais ou menos o valor de um exame de sangue.
LER, ESCREVER, EDITAR
Sequenciar o DNA humano de forma rotineira abrirá uma série de possibilidades, diz George Church. Uma vez que "ler" um genoma se torne um processo corriqueiro, o professor de Harvard quer partir para "editá-lo", "escrever" sobre ele.
Ele vislumbra o dia em que um aparelho implantado no corpo seja capaz de identificar as primeiras mutações que possam levar a um potencial tumor, ou os genes de uma bactéria invasora.
Nesse caso, será possível tratá-los com uma simples pílula de antibiótico destinado a combater o invasor.
Doenças genéticas serão identificadas no nascimento, ou possivelmente até na gestação, e vírus microscópicos, pré-programados, poderão ser enviados para o interior das células comprometidas e corrigir o problema.
Para fins científicos, Church tem defendido a polêmica ideia de disponibilizar sequências de genomas publicamente, para que cientistas tenham oportunidade de estudá-las.
Church já postou na rede a sua própria sequência de DNA, além de outras dez. O objetivo é chegar a 100 mil.
"Sempre houve uma atitude (em relação à genética) de que você nasce com seu 'destino' genético e se acostuma com ele. Agora a atitude é: a genética é, na verdade, um conjunto de transformações ambientais que você pode empreender no seu destino", acredita Church.
VANGUARDA
No laboratório de temperatura controlada de Church, uma bandeja se move para frente e para trás agitando amostras da bactéria E. Coli.
Em um processo de quatro horas, os cientistas conseguem ativar ou desativar um só par de bases deste DNA, ou regiões inteiras de genes para ver o que acontece.
Existem 2,2 mil genes --de um total de 20 mil-- sobre os quais já se conhece suficientemente para ativá-los ou desativá-los.
Durante a epidemia de E. Coli na Alemanha neste ano, foram necessários menos de dois dias para sequenciar o genoma inteiro de uma variedade até então desconhecida.
Os dois equipamentos que deram ao laboratório de Church uma posição de vanguarda no campo da biologia sintética são a segunda versão da máquina de engenharia automatizada de genomas multiplex, ou Mage, e o Polonator, um sequenciador de genomas que pode decodificar um bilhão de pares de genes de uma só vez.
"Ele está começando a levar a biologia sintética a uma escala maior", opina o professor da Universidade de Boston James J. Collins, colega de Church no Instituto Wyss de Engenharia Inspirada pela Biologia, em Harvard.
PÉ NO CHÃO
Entretanto, nem todos compartilham o entusiasmo de Church e sua visão de futuro para os usos e efeitos da biologia sintética.
"É preciso ter a imaginação de George e a sua visão se se quiser fazer progresso. Mas é tolice pensar que ele fará tanto progresso quanto crê", opina o diretor do departamento de Lei, Bioética e Direitos Humanos da Universidade de Boston, George Annas.
Os céticos observam que a humanidade pode até adicionar anos à expectativa de vida dos seres humanos, mas é improvável que a qualidade desta sobrevida aumente tanto.
"Há uma chance estatística de ser atropelado por um caminhão que dificultará chegar aos 150 anos", diz Chad Nussbaum, codiretor do Programa de Sequenciamento de Genomas e Análises do Instituto Broad de Harvard e do MIT, um instituto do qual Church é associado.
"É maravilhosamente inocente pensar que tudo que precisamos é aprender tudo sobre a genética, e viveremos 150 anos", afirma.
Apesar das ressalvas, Nussbaum afirma que admira a visão do professor Church, assim como sua "genialidade".
"É muito importante pensar grande e tentar fazer coisas malucas", acredita. "Se você não tentar alcançar o impossível, nunca faremos as coisas que são quase impossíveis."







  • Desde que as pessoas vivam com uma boa qualidade de vida, eu não vejo problema em vivermos até os 150 anos.